Ficha Técnica
A Guiné-Bissau, com uma população estimada em 2.026.778 habitantes (dados de 2022), enfrenta vários desafios que atrasam o seu desenvolvimento. A instabilidade política, a governança frágil, as dificuldades socioeconómicas e os problemas de saúde pública afetam especialmente as populações mais vulneráveis. Essa situação leva a elevados índices de desemprego, corrupção, tráfico humano e pobreza generalizada. A economia, predominantemente agrícola, não atende às necessidades da população, resultando em insegurança alimentar. Além disso, a complexidade e a diversidade cultural acentuam as assimetrias e dificultam o acesso aos cuidados de saúde. O sistema de transporte também é precário, com vias terrestres danificadas, dificultando o acesso às unidades de saúde. A nível do sistema de saúde da Guiné-Bissau, identificam-se vários problemas críticos, como a falta de profissionais qualificados em saúde da mulher, especialmente no tratamento de Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST), a ausência de um programa específico para combater IST (exceto HIV), a incapacidade de gestão e articulação entre níveis do sistema de saúde, os baixos salários e a falta de recursos e de equipamentos médicos essenciais.
Objetivo Geral
O.G.1: Reduzir a incidência de IST em mulheres sexualmente ativas entre os 15 e os 49 anos de idade, na região de Biombo, promovendo a igualdade de género no acesso a cuidados de saúde sexual.
O.E.1: No final do projeto, é expectável que 70% dos profissionais de saúde e 100% dos agentes comunitários formados, promovam o acesso a cuidados de saúde sexual, no âmbito da prevenção, diagnóstico e tratamento de IST, a pelo menos 30% das mulheres sexualmente ativas entre os 15 e os 49 anos de idade residentes na região do Biombo.
Público-Alvo
Mulheres em idade reprodutiva e sexualmente ativas, entre os 15 e os 49 anos.
2 Enfermeiras
1 Médico especialista em doenças infeciosas
1 Psicólogo
1 Técnico de tecnologia e sistemas
1 Coordenador de Projeto
Camões, IP
A.1.1.: Divulgação oficial do projeto, após aprovação, ao Ministério da Saúde Pública, às autoridades de saúde da região do Biombo, à cooperação portuguesa na Guiné-Bissau, aos parceiros e aos líderes comunitários;
A.1.2.: Preparação/aprovação do dossiê pedagógico de formação em IST para os médicos e enfermeiros do Hospital de Cumura (HC);
A.1.3: Operacionalização das ações de formação para os médicos e enfermeiros do HC;
A.1.4.: Elaboração de seis modelos de cartazes alusivos às IST (Epidemiologia das IST, HIV, Sífilis, Clamídia, Gonorreia, Outras IST);
A.1.5.: Distribuição/afixação dos cartazes alusivos às IST no HC;
A.1.6.: Elaboração do relatório de execução relativo à formação no HC;
A.2.1.: Elaboração do sistema de informação de registo de IST;
A.3.1.: Preparação/aprovação do dossiê pedagógico de formação em IST para os médicos e enfermeiros dos sete centros de saúde da região do Biombo;
A.3.2.: Operacionalização das ações de formação para os médicos e enfermeiros dos sete centros de saúde da região do Biombo;
A.3.3.: Distribuição/afixação de cartazes alusivos às IST nos sete centros de saúde do Biombo;
A.3.4.: Elaboração de relatório de execução das ações de formação realizadas para os médicos e enfermeiros dos sete centros de saúde da região do Biombo;
A.3.5.: Divulgação oficial dos resultados alcançados com a implementação do projeto, no final do primeiro ano de intervenção ao Ministério da Saúde Pública, autoridades de saúde da região do Biombo, cooperação portuguesa na Guiné-Bissau, parceiros e líderes comunitários;
A.4.1.: Elaboração/aprovação do dossiê pedagógico de formação dos agentes comunitários;
A.4.2.: Operacionalização das sessões de formação para os agentes comunitários;
A.4.3.: Elaboração de relatório de execução das ações de formação para os agentes comunitários;
A.5.1.: Reunião com Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau, autoridades de saúde pública locais, líderes locais, associações de intervenção comunitária e responsáveis de programas de intervenção locais, com o objetivo de definir os conteúdos a abordar, de acordo com a estratégia nacional;
A.5.2.: Elaboração do dossiê pedagógico das sessões de intervenção comunitária (cronograma, conteúdos, registo de presenças);
A.5.3.: Operacionalização das sessões de educação para a saúde na comunidade e realização de testes rápidos de IST;
A.5.4.: Elaboração e distribuição de flyers alusivos à prevenção e diagnostico das IST;
A.5.5.: Elaboração do relatório de execução das atividades realizadas na comunidade (subdivididas por setores);
A.6.1: Realização de visita de acompanhamento do projeto, no final do primeiro ano após início da execução, e emissão de relatório de observação;
A.7.1.: Apresentação oficial dos resultados do projeto.
R1: No final do primeiro semestre após início do projeto, 70% dos médicos e enfermeiros do Hospital de Cumura devem ter finalizado a formação em IST;
R2: No final do primeiro semestre, o sistema de recolha de informação sobre IST deve estar pronto para ser apresentado aos parceiros e implementado na prática clínica;
R3: No final do segundo semestre de intervenção, 60% dos enfermeiros e médicos dos 7 centros de saúde da região do Biombo devem ter concluído a formação em IST;
R4: No final do mês de março de 2026, 100% (4) dos agentes comunitários contratados para o projeto devem ter concluído a formação em prevenção e diagnóstico de IST e fundamentos para a igualdade de género e equidade no acesso a cuidados de saúde sexual;
R5: De fevereiro a outubro de 2026, serão operacionalizas 80 sessões de intervenção comunitária em conjunto com os agentes comunitários, líderes locais e autoridades de saúde locais (Não é possível perceber, com rigor, o número de beneficiários. Sabe-se que existem cerca de 2,2 milhões de habitantes, dos quais pouco mais de 50% são mulheres. Contudo, é possível estimar que exista em toda a Guiné-Bissau cerca de 1,1 milhões de mulheres, sendo que, por aproximação, a região do Biombo deverá concentrar mais de 49.292 mulheres, ou seja 53% do total (https://www.stat-guinebissau.com/Menu_principal/IV_RGPH/rgph1/projecoes/BROCHURA_GENERO_GB_2020_VER1.pdf). No final do segundo ano do projeto, pretendemos capacitar 30% das mulheres sexualmente ativas entre os 15 e os 49 anos de idade;
R6. No final de cada etapa do projeto, serão realizadas avaliações sobre a execução e a eficácia das atividades, incluindo o feedback dos grupos-alvo, diretos e indiretos.