17 924 refugiados e migrantes ainda vivem nas ilhas gregas, sem condições dignas. No primeiro semestre de 2018 chegaram mais 48% de refugiados do que em igual período de 2017. A Rede Internacional da Médicos do Mundo ajuda-os na ilha de Lesbos e na de Chios.
São quase 18 mil. Chegam à Grécia pelo Mar Egeu ou pela fronteira com a Turquia. Consideram-na como um país de passagem para o norte e para o centro da Europa, onde se encontram os seus países de destino, maioritariamente escolhidos como pontos de reagrupamento familiar.
Só em 2015, quase um milhão de refugiados e migrantes chegaram à Grécia, olhando para o país como uma primeira paragem. No ano seguinte, o acordo entre a Turquia e a Europa fizeram-nos parar o seu precurso e maioria dos migrantes e refugiados ficaram restringidos às ilhas gregas pelos termos do acordo, acolhidos em espaços que apenas foram desenhados e concebidos como locais de passagem, sem condições dignas para períodos alargados de alojamento.
Dois anos depois, o número de chegadas à Grécia ainda é considerável, contradizendo a falsa paz que se faz sentir ao redor do mundo. No primeiro semestre de 2018, o número de acolhimentos foi 48% superior ao de igual período de 2017, aumentando para 17 924 o número de refugiados e migrantes residentes em cinco ilhas gregas (Lesbos, Chios, Kos, Samos e Leros). Lesbos é a que recebe grande parte destas pessoas.
Os números são consideráveis e continuam a pressionar o Sistema de Recepção e de Asilo da Grécia, atendendo à sobrelotação, às condições de vida inadequadas e insuficientes e à falta de proteção e segurança vividas pelos refugiados.
A Acção da Rede Internacional da Médicos do Mundo
A Médicos do Mundo actua para garantir o acesso aos serviços básicos de saúde aos migrantes em Mavrovouni - Centro de Hospitalidade Kara Tepe do Município de Lesbos e nas Instalações Alternativas de Alojamento em Chios, em colaboração com o ACNUR, com foco nas necessidades das populações mais vulneráveis (como mulheres e pessoas que precisam de apoio psicossocial, bem como pessoas com condições médicas crónicas).
Este objectivo tem sido atingido através da manutenção e adaptação de serviços de saúde baseados na comunidade (incluindo cuidados de saúde primários, saúde sexual e reprodutiva, apoio psicossocial e encaminhamento para o Sistema Nacional de Saúde).
Simultaneamente, a delegação Grega da Médicos do Mundo, para além da ênfase na qualidade e na excelência dos serviços prestados, esforça-se por apoiar os seus beneficiários de todas as formas possíveis, incluindo ligá-los a outros projectos da delegação grega (como abrigos, projectos de emergência para os casos de maior vulnerabilidade, etc.) e encaminhá-los para outras partes interessadas. A acção da Médicos do Mundo tem um impacto significativo e de longo prazo no que diz respeito à qualidade de vida dos seus beneficiários e à promoção do direito de acesso aos serviços humanitários para todos.