A violência baseada no género não está a diminuir
"Casamentos precoces e forçados, gravidezes indesejadas ligadas ao abuso sexual, abortos inseguros: na República Democrática do Congo, particularmente na província do Kivu do Sul, a violência baseada no género está em toda a parte. E não está a diminuir, pelo menos de forma percetível. Sabemos que esta violência aumentou 86% em relação a 2019 (relatório OCHA 2020), que envolve cada vez mais menores e que há um número crescente de raparigas grávidas, com menos de 18 anos de idade. Face a esta violência, a estigmatização e a falta de cuidados continuam a ser comuns", explica Eric Wynants, coordenador-adjunto da Médicos do Mundo (MdM) Bélgica na RD Congo.
As vítimas de violência sexual são cada vez mais jovens
No Kivu do Sul, há muito tempo que se recorre à violação como arma de guerra, uma situação que se propagou amplamente na sociedade congolesa, particularmente através de crianças-soldado desmobilizadas, milicianos, ex-rebeldes e grupos armados. As vítimas parecem ser cada vez mais jovens, por vezes, com menos de 10 anos de idade. Esta violência junta-se a outra violência cometida em contexto doméstico ou criminal.