O prémio do Nobel da Paz foi atribuído no dia 5 de Outubro ao cirurgião congolês Denis Mukwege – parceiro da Médicos do Mundo desde 2015 -, e à activista Nadia Murad que luta pelos direitos da minoria religiosa yazidi. Os dois foram premiados pelo Comité Nobel norueguês pelos seus feitos no combate à violência sexual nos conflitos armados.
Os casos de violência sexual em cenários de guerra têm ganho visibilidade através do trabalho de Denis Mukwege e de Nadia Murad, os quais apelam para que os culpados sejam responsabilizados pelas suas acções.
Denis Mukwege tem 63 anos, é médico ginecologista congolês e tem trabalhado na República Democrática do Congo onde trata mulheres vítimas de violação por milícias na guerra civil do país. Ao longo de 12 anos, Denis Mukwege tratou mais de 21 mil mulheres e já foi destacado com os prémios Olof Palme (2008), Sakharov (2014) e já veio a Portugal receber o Prémio Calouste Gulbenkian em 2015.
Nadia Murad é activista e, desde 2016, Embaixadora da Boa Vontade para a Dignidade dos Sobreviventes de Tráfico Humano das Nações Humanas. Em 2014, Narid terá sido sequestrada pelo grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante e mantida como escrava sexual na cidade de Mossul. Desde a sua fuga em Novembro de 2014 que tem sido porta-voz da causa yazidi tendo já recebido o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu em 2016.