Na sequência do ciclone Idai, que devastou o sudeste de África, a Médicos do Mundo iniciará, segunda-feira, uma missão de emergência humanitária em Moçambique, operando em duas frentes.
Ambas as equipas, constituídas por especialistas em ajuda humanitária, partirão neste fim de semana para o terreno para avaliar os danos causados pelo ciclone, nomeadamente em termos de acesso a cuidados primários de saúde, de modo a que se inicie uma intervenção urgente com equipamento adequado.
Uma irá articular directamente com a Rede Internacional da Médicos do Mundo, com a Médicos Sem Fronteiras, Oikos, Save the Childreen e outras organizações locais, a outra irá operar em articulação com a Cruz Vermelha Portuguesa, estando agora a constituir-se uma equipa portuguesa para a Missão Imbondeiro.
A Médicos do Mundo alerta para o impacto das consequências deste ciclone, que provocou inundações em várias zonas do país, com infraestruturas em estado muito precário, suscitando uma alta prevalência de doenças infeciosas, sobretudo a malária e dengue.
Equipa de Saúde limitada
No terreno existe actualmente uma rede de saúde com capacidade muito limitada, havendo apenas três médicos por cada 100 000 habitantes.
O ciclone, considerado um dos piores dos últimos anos, afectou sobretudo a área de Sofala, nomeadamente a cidade de Beira, onde as infraestruturas rodoviárias, a rede de telecomunicações e as infraestruturas habitacionais estão total ou parcialmente danificadas.
Actualmente, a Médicos do Mundo está a angariar fundos para a missão Imbondeiro. Estes fundos serão auditados por uma entidade externa, de modo a que fique assegurada toda a transparência da angariação e aplicação dos mesmos. Para além dos fundos monetários, são precisos garrafões de água, contornando a falta de água potável no terreno. Estas águas poderão ser entregues em lugar a definir brevemente. Todos os outros bens estão a ser assegurados por outras entidades.