©Arnaud Finistre

A intensificação dos ataques no Líbano nos últimos dias ameaça mergulhar o país numa crise humanitária, agravando a situação já frágil. A Médicos do Mundo apela a um desanuviamento imediato e responde à emergência para proteger e ajudar as pessoas afetadas pelo conflito. 

Nos últimos dias, vários ataques israelitas em Beirute e no sul do Líbano causaram 569 mortos, incluindo 94 mulheres e 50 crianças, e 1835 feridos. Esta situação está a agravar os desafios humanitários que o Líbano já enfrenta, nomeadamente em termos de saúde, acesso a água, segurança alimentar e abrigo.

As equipas da Médicos do Mundo (MdM) testemunham a existência de um elevado número de pessoas em fuga dos bombardeamentos, no sul do país. A situação representa um grande risco para a saúde destas pessoas, que são obrigadas a interromper os seus cuidados de saúde. As deslocações estão também a fragilizar o sistema de saúde, uma vez que as instalações de emergência já se encontram sobrecarregadas.  

O direito internacional humanitário protege as populações civis nos conflitos e deve ser respeitado. A distinção entre civis e combatentes é essencial, e devem ser tomadas todas as precauções para garantir a segurança dos primeiros.  Apelamos a todas as partes para que protejam os civis e as instalações de cuidados de saúde, tais como o pessoal médico e humanitário, que são essenciais para satisfazer as necessidades de saúde dos feridos e das pessoas deslocadas. 

 

O que estamos a fazer 

 

Neste contexto de crise, a MdM está a mobilizar os seus recursos para responder às necessidades urgentes. As nossas equipas estão prontas a prestar cuidados médicos através de equipas móveis, que se deslocam às zonas mais afetadas e junto das populações deslocadas, para facilitar o acesso das pessoas aos cuidados de saúde.

Ao mesmo tempo, a MdM está a apoiar o sistema de saúde libanês. Estamos a trabalhar em estreita colaboração com o Ministério da Saúde para avaliar as necessidades e fornecer o equipamento médico e os medicamentos necessários, para responder ao afluxo de doentes. Estamos também a reforçar as nossas parcerias para garantir a continuidade dos cuidados de saúde essenciais.  

A escalada da violência no Líbano está diretamente relacionada com o conflito em curso na Faixa de Gaza. Reiteramos que um cessar-fogo imediato e duradouro é essencial para os palestinianos em Gaza e para o povo libanês.  

 

Contexto 

 

  • Nos últimos dias, o Líbano assistiu a uma escalada da violência, com o exército israelita a intensificar os ataques aéreos a sul e o Hezbollah a ripostar, nos dias 14 e 15 de setembro.   
  • A 17 e 18 de setembro, registaram-se duas vagas de atentados, com a explosão de aparelhos portáteis, que causaram mais de 3.000 feridos e 37 mortos. Um ataque seletivo em Dahye, nos subúrbios do sul de Beirute, capital do Líbano, matou 16 membros do Hezbollah e 35 civis.  
  • A 21 e 22 de setembro, intensos ataques aéreos atingiram cerca de uma centena de locais, matando 492 pessoas, incluindo 35 crianças e 58 mulheres, e ferindo outras 1.645.   
  • A 23 de setembro, um outro ataque teve como alvo Dahye, nos arredores da capital.

 

 A Médicos do Mundo no Líbano 

 

A Médicos do Mundo está presente no Líbano desde 1990. As nossas equipas são constituídas por uma centena de pessoas que trabalham em todo o país. Prestamos cuidados de saúde primários em 9 centros de saúde. Implementamos igualmente projetos nas áreas da saúde mental e do apoio psicossocial para as populações libanesas e refugiadas. A cooperação com parceiros locais garante um acesso de qualidade a cuidados de saúde e a medicamentos.  

 

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