No passado dia 8 de Agosto, perante o cenário de emergência devido aos fogos que lavravam a zona sul do País, uma equipa da Médicos do Mundo partiu em direcção a Monchique para averiguar as necessidades locais e prestar assistência, se necessário, no imediato.
Nesta missão exploratória juntou-se à equipa o voluntário Carlos Rocha, que estava no local. “Eu sempre trabalhei na área da cultura onde vivo há mais de 40 anos, em Silves, e por esse motivo conheço toda a comunidade. Perante o cenário de emergência mostrei logo a minha disponibilidade no Quartel dos Bombeiros de Silves e estive a organizar as centenas de bens solidários que se acumulavam no Quartel. Foi quando me deparei com a chegada de uma viatura com uma equipa da Médicos do Mundo. Estabelecemos contacto e passado pouco tempo tinha mais braços a apoiar na logística dos bens doados”, conta.
A situação agravou-se ao final do dia, quando as chamas ameaçaram entrar em Silves pelo bairro do Encherim. “Nessa altura fomos em duas viaturas até ao local, e distribuímos máscaras às pessoas que se encontravam na zona. Estava muito fumo, uma situação complicada, e a enfermeira Joana Tavares, da Médicos do Mundo, deu apoio a nível da saúde, ao colocar gotas nos olhos de alguns habitantes”, sublinha.
Na zona de Silves não arderam casas de primeira habitação, apenas anexos e estruturas de apoio, mas em Monchique perderam-se 20 habitações, deixando dezenas de pessoas desalojadas. “A resposta das entidades locais foi célere e bem articulada e as autarquias fizeram um excelente trabalho. Agora é altura de realojar estas pessoas e fazer um balanço exacto dos estragos”,explica.
A equipa da Médicos do Mundo regressou a “casa” com mais um elemento; Carlos Rocha. “Foi a primeira vez que me cruzei com a Médicos do Mundo e não hesitei em vestir o colete. Apesar de não terem projectos no Algarve já me inscrevi como voluntário e estou disponível para o que precisarem. O trabalho de todas as instituições no local foi importantíssimo e só quero agradecer a todos o apoio”, conclui.