Jean-Pierre está na sala onde, três vezes por semana, a equipa da Médicos do Mundo, constituída por um médico e enfermeiro, faz avaliações. “Estas pessoas podem aguardar até 60 dias por uma resposta ao seu pedido de asilo, por esse motivo estão num estado de grande ansiedade. Muitas delas nem percebem o que vêm fazer a este gabinete”, conta a enfermeira voluntária da MdM, Rosário Athayde.
Os cidadãos estrangeiros são recebidos no Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa, “de acordo com o estabelecido pela Lei de Estrangeiros e do Asilo, para efeitos de afastamento de território nacional ou no âmbito de uma recusa de entrada no país ou caso tenham apresentado um pedido de protecção internacional naquele posto de fronteira”, explica Ana Filipa Vieira, Inspectora Coordenadora do Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa.
Com capacidade para acolher 56 pessoas, também aqui se verificou a necessidade de garantir cuidados gratuitos de saúde. Foi assim que nasceu a parceria entre o SEF e a Médicos do Mundo.
As situações mais complexas em termos de saúde, segundo Inês Santos Silva, “prendem-se com hipertensões descontroladas que possam estar a causar consequências graves. Nessas situações encaminhamos para um hospital”.
No quadro do plano de recolocação, os pedidos de protecção internacional efectuados em território português (os chamados Pedidos Espontâneos) têm sido constantes: foram registados 872 pedidos em 2015, 706 pedidos em 2016 e 1.008 pedidos em 2017. Só em 2018 já foram efectuados 425 pedidos.
O trabalho da MdM, na prestação de cuidados primários de saúde a populações vulneráveis, só tem sido possível graças ao empenho e dedicação de voluntários e parceiros a quem deixamos o nosso mais profundo agradecimento. Bem-hajam por nos ajudarem a ajudar quem mais precisa!