Cinco anos depois do ciclone Idai em Moçambique, as populações continuam a estar em situação de grande vulnerabilidade, dependendo de apoio para suprir necessidades básicas que comprometem a sua saúde e bem-estar. 
 

Na província de Sofala, uma das mais atingidas pelo ciclone Idai, em 2019, milhares de pessoas continuam a viver em centros de reassentamento e a necessitar de apoio no acesso a serviços essenciais. Há cinco anos na região, a delegação portuguesa da Médicos do Mundo presta cuidados primários de saúde a mais de 2.300 famílias, num total de quase 8.500 pessoas. 

Há cinco anos, nos dias 14 e 15 de março de 2019, a província de Sofala, em Moçambique, foi atingida pelo poderoso ciclone Idai, que se estendeu depois a outras regiões do país, provocando 602 mortos, 1.641 feridos e mais de 1,85 desalojados e enormes consequências que se refletem ainda hoje na vida de muitas populações. 

Imediatamente a seguir à tempestade, a delegação portuguesa da Médicos do Mundo foi para o terreno, em conjunto com outras organizações nacionais e internacionais, para responder às necessidades mais essenciais da população. A organização mantém-se ainda hoje na província de Sofala, onde disponibiliza cuidados primários de saúde, em áreas como doenças infeciosas, saúde sexual e reprodutiva, vigilância materno-infantil ou vacinação, a mais de 2.300 famílias, num total de quase 8.500 pessoas, em quatro centros de reassentamento.  

Passados cinco anos do Idai, as populações continuam a estar em situação de grande vulnerabilidade, dependendo de apoio para suprir necessidades básicas que comprometem a sua saúde e bem-estar, devido a vários fatores: níveis elevados de pobreza, infraestruturas frágeis e efeitos das alterações climáticas, com cheias e ciclones tropicais regulares.

“É necessário continuar a responder às enormes necessidades das populações moçambicanas, garantindo o acesso a cuidados primários de saúde, promover a literacia em saúde e o empoderamento das comunidades, investir na formação dos profissionais de saúde e contribuir para o fortalecimento das infraestruturas de saúde”, sublinha Carla Paiva, diretora executiva da Médicos do Mundo.  

“Para isso, é indispensável reforçar a cooperação para o desenvolvimento, mobilizar mais fundos e garantir que os esforços já realizados não foram em vão, o que só é possível com a regularidade do apoio aos projetos das organizações e ao trabalho de excelência feito pelas equipas no terreno”, acrescenta.

 

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Mais de 63 mil atendimentos médicos em cinco anos

Após alguns meses de resposta à emergência, em 2019, a Médicos do Mundo assumiu a coordenação e apoio ao centro de reassentamento de Ndeja, situado junto à vila com o mesmo nome, no distrito de Nhamatanda, província de Sofala, onde tinham sido realojadas 402 famílias, num total de 2.344 pessoas. Hoje, a organização estendeu a sua intervenção a outros três centros – Kura, Metuchira e Nune -, disponibilizando cuidados de saúde a um total de 2.344 agregados familiares, compostos por 8.466 pessoas.

Ao longo de cinco anos, a Médicos do Mundo garantiu mais de 63 mil atendimentos médicos a crianças e adultos, particularmente nas áreas do planeamento familiar e da saúde sexual e reprodutiva, e perto de 19 mil atendimentos de avaliação de crescimento a crianças entre os 0 e os 15 anos. Foram ainda efetuadas mais de 3.200 referenciações clínicas para serviços de saúde especializados, realizados mais de 600 partos e administradas cerca de 23 mil vacinas a crianças, grávidas e mulheres em idade fértil.

A intervenção da organização não se resume à prestação de cuidados de saúde e inclui também diversas atividades de capacitação e de empoderamento das populações, assim como de formação de profissionais de saúde locais. Entre 2019 e 2023, a organização promoveu 2.253 palestras para a saúde e 84 demonstrações culinárias, e formou 151 profissionais de saúde e 20 ativistas

 

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