Unidade Móvel de Consumo Vigiado já tem Protocolo assinado que será levado a aprovação em reunião de Câmara. Iniciativa partiu de organizações da sociedade civil que falam em dia histórico.

 

O Protocolo para a Unidade Móvel de Consumo Vigiado, que dará resposta à zona central e oriental da cidade de Lisboa, foi assinado ontem, dia 8 de Novembro, pelo Vereador Manuel Grilo, pelo Presidente da ARS – Lisboa e Vale do Tejo, Dr. Luís Pisco, e pelo Director do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), Dr. João Goulão. 

Médicos do Mundo

"Este é um momento especial que reflecte um passo importante. Tenho a certeza que este equipamento terá um impacto muito positivo na população-alvo, o qual se sentirá a curto-prazo. Gostava que este programa, que começou com uma iniciativa de organizações da sociedade civil, fosse aplicado a outras cidades do nosso país.” – Dr. João Goulão – Director do SICAD.

 

Este passo será brevemente levado a aprovação em reunião de Câmara, para a implementação de um programa, previsto na lei desde 2001, que conta com três equipamentos de consumo vigiado para a cidade de Lisboa: um móvel e dois fixos.

“Esta é uma resposta pragmática mas ambiciosa e complexa, que nem sempre é óbvia para todos do ponto de vista da necessidade. Hoje é um dia histórico!” – Dr. Manuel Grilo, vereador do BE.

 

O equipamento móvel – unidade móvel de consumo vigiado – será a primeira solução a ser operacionalizada, dando resposta a consumos em pontos localizados onde existe consumo a céu aberto na zona central e oriental da cidade. Esta unidade será gerida por uma equipa multidisciplinar, assegurada pela Médicos do Mundo e pelo Grupo de Activistas em Tratamento (GAT).  

 
"A assinatura do protocolo entre SICAD/DICAD e Câmara Municipal de Lisboa marca o compromisso público entre a Cidade e os serviços de saúde competentes para a criação e funcionamento de uma das vertentes do Programa de Consumo Vigiado para Lisboa, uma Unidade Móvel (carrinha) conforme proposto pela MdM e GAT, serviço pioneiro no nosso país e há muito necessário." - Joana Tavares, Directora de Projectos Lisboa e Sul da Médicos do Mundo. 

 

Com esta resposta pretende-se garantir a segurança e higiene dos consumidores, das comunidades envolventes, assim como a ligação a respostas sociais, de saúde e de cidadania. 

A Proposta de Programa de Consumo Vigiado para a cidade de Lisboa surge após um diagnóstico, realizado em 2017, onde foi identificada a necessidade de ter uma resposta para cerca de 1400 consumidores, em situação de exclusão social, em risco de morte por overdose e com elevadas prevalências de Hepatite C, infecções pelo VIH e Hepatite B.