Este ano o tema do Dia Mundial da Saúde é dedicado à nossa saúde e à do nosso planeta e às alterações climáticas.

Pela Direcção da Médicos do Mundo

Enquanto casa de toda a Humanidade, face às alterações climáticas que todos temos vindo a sentir na pele, e às catástrofes climáticas que têm ocorrido um pouco por todo o mundo, esta é uma temática que deve estar bem presente em todos nós.

A Rede Internacional da Médicos do Mundo já há mais de um ano que considera as alterações climáticas um problema prioritário, que, como tal, deve ser abordado, com insistência, em todos os programas e projectos que as delegações nacionais estejam ou venham a desenvolver.  

Na verdade, os reflexos sobre a saúde individual e das comunidades das alterações climáticas são cada vez mais uma evidência. 

“Os efeitos da mudança climática na saúde humana são inequívocos e já podem ser percebidos no mundo todo. Fenômenos como ondas de calor, ondas de frio, inundações, secas, furacões, tempestades e outros eventos climáticos extremos podem impactar a saúde direta e indiretamente, bem como desencadear ou agravar certas afecções e, consequentemente, exercer pressão sobre os serviços de saúde e sua infraestrutura. Essas afecções incluem doenças transmitidas por vetores, água e alimentos — devido a mudanças no comportamento e distribuição de vetores e patógenos — e transtornos de saúde mental induzidos pela crescente agitação social e pelos deslocamentos forçados. Mudança climática para profissionais da saúde: Guia de bolso é um manual baseado em dados empíricos que oferece informações essenciais para médicos e outros profissionais de saúde perceberem os impactos da mudança climática em sua prática diária.” (In: “Mudança do clima para profissionais da saúde: Guia de bolso”. Organização Pan-Americana da Saúde)

Estamos perante um gigantesco desafio em termos individuais e colectivos.  Aos países cabe o desenvolvimento de políticas públicas que favoreçam o ambiente. As quais, para serem bem sucedidas, necessitam de ser fortemente sustentadas pela opinião pública, pois há que enfrentar não só os enormes interesses instalados que tudo fazem para retardar as mudanças necessárias, bem como os movimentos negacionistas, cujas teorias paranóides persistem em fazer tábua rasa, não só a ciência mas também o que está à vista de todos.

A cada um de nós cabe, não só manter-se informado, como, dentro das suas capacidades e possibilidades financeiras, alterar comportamentos lesivos do ambiente, os quais, por serem muito comuns, nem sempre são levados em conta. Cabe-nos promover a poupança de água, a reciclagem dos resíduos domésticos, a adequada climatização das habitações, a poupança de energia, o recurso a fontes de energia renováveis, a redução do uso de plásticos, a utilização de veículos eléctricos, etc...

Não se trata de sermos ambientalistas radicais, mas sim de mudarmos comportamentos, nós e as nossas famílias. Só esta mudança permitirá aos nossos descendentes terem um planeta habitável.

Podem contar com a MdM para ajudar nessa transformação de mentalidades.

 

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