Protecção da saúde, política migratória, alterações climáticas, desigualdades sociais, envelhecimento populacional e estratégia para enfrentar catástrofes humanitárias são alguns dos temas que preocupam a Médicos do Mundo. Por isso, a organização quer saber o que pensam os diferentes candidatos à Presidência da República, através das respostas a uma carta com 10 questões.
12 de Janeiro de 2021: Face ao actual contexto económico, social e político, a Médicos do Mundo (MdM) está preocupada com um conjunto de questões que afectam a vida de todas as pessoas e, em especial, das populações mais vulneráveis com as quais trabalha diariamente. Porque o próximo Presidente da República terá um papel essencial nestas matérias, a organização decidiu questionar os candidatos presidenciais, através da carta “10 Questões para um Futuro Presidente”.
Segundo explica Fernando Vasco Marques, presidente da delegação portuguesa da MdM, “porque temos um compromisso com todas as populações vulneráveis, neste momento em que a pandemia da COVID-19 realçou as fragilidades do nosso sistema de saúde, não poderíamos deixar de dar voz a quem não a tem. Assim, resolvemos questionar os candidatos presidenciais sobre assuntos que dizem respeito às pessoas, às suas necessidades e ao futuro da nossa sociedade”.
Porque o acesso à saúde é uma dessas necessidades mais básicas, a MdM quer saber o que pensam os candidatos sobre o direito à protecção à saúde, o papel do Estado e dos sectores público, privado e social, e quais as alterações que preconizam no quadro de uma eventual revisão constitucional. O Serviço Nacional de Saúde (SNS), o actual processo de aquisição de medicamentos, que é gravoso para os pequenos países da União Europeia (UE), e a aplicação do conceito “saúde em todas as políticas” são outros dos temas abordados.
Na carta aos candidatos à Presidência da República, a MdM não esqueceu dois desafios fundamentais que se colocam ao país: a luta contra as desigualdades sociais e o envelhecimento populacional. O índice de desigualdades sociais mantém-se acima da média europeia, com tendência para o agravamento em consequência da pandemia, e é necessário enfrentar os problemas inerentes ao envelhecimento da população, através da introdução de medidas de apoio à natalidade.
Por outro lado, nos últimos anos, a UE e os seus Estados-membros não têm conseguido gerar soluções para os muitos refugiados e migrantes que fogem da guerra, dos conflitos e das perseguições, na procura por segurança, abrigo e sustento. Para a MdM, há que dar resposta urgente ao fenómeno migratório e o futuro Presidente da República pode exercer a sua influência também neste campo.
Finalmente, a MdM lembra que falta ao país uma estratégia para enfrentar catástrofes humanitárias que possam acontecer em qualquer parte do mundo, questionando os candidatos sobre esta necessidade e a possibilidade de integrar a mobilização da resposta dos sectores público e privado.
As respostas dos diferentes candidatos às questões colocadas pela Médicos do Mundo nesta carta, enviada durante a primeira semana de Janeiro, serão divulgadas através das plataformas digitais da organização.
Por favor, consulte, em anexo, a carta enviada aos candidatos presidenciais