Hoje, dia 01 de Dezembro, juntamo-nos à celebração do Dia Mundial da Luta Contra a Sida que este ano decorre sob o tema “Solidariedade Global, Responsabilidade Particular”.

Estas celebrações decorrem num contexto muito particular, o estado de emergência, foi  declarado face à  necessidade de nos protegermos da pandemia COVID-19. 

A pandemia COVID-19, que a todos preocupa, tem sobrecarregado os serviços de saúde e intimidado as pessoas, provocando constrangimentos graves no acesso a cuidados de saúde, não só porque os recursos têm sido canalizados para o combate do momento, mas também porque os indivíduos receiam deslocar-se aos serviços de saúde.  Como consequência, muitas situações de doença deixaram de ser diagnosticadas e muitas outras deixaram de ser acompanhadas.

Tal como na infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ( VIH)  a COVID-19 veio demonstrar que os mais desfavorecidos são os mais atingidos, e que a melhoria do estado de saúde da população implica a redução das desigualdades e diminuição da pobreza, o exercício dos direitos humanos, a igualdade de género, a protecção social e o crescimento económico. 

No momento que atravessamos, temos que continuar a intervenção na Luta Contra a Sida, mantendo os objectivos 90-90-90 definidos pela ONUSIDA (90% das pessoas que vivem com infecção por VIH estão diagnosticadas, 90% das pessoas diagnosticadas estão em tratamento antirretroviral e 90% das pessoas em tratamento têm carga viral indetectável), alcançados em Portugal em 2017.

 

Trata-se de continuar a “prevenir, testar, tratar, sem estigma nem discriminação”.

 

Decorridos cinco anos, desde a implementação generalizada do teste rápido de VIH, através dos projetos desenvolvidos por organizações de base comunitária e financiadas pelo Ministério da Saúde, verifica-se um crescimento anual do número de testes realizados, atingindo-se em 2018 o total de 25.029 testes, com uma proporção de 1,45% de resultados reativos (DGS).

 

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), em 2019 foram realizados mais de cinquenta mil testes rápidos para VIH em diversas estruturas de Saúde e Organizações Não-Governamentais, registando-se um aumento de cerca de 28% no número de testes realizados, comparativamente ao ano de 2017.

 

Pela nossa parte assumimos as nossas responsabilidades e, usando os recursos de que dispomos, continuaremos a desenvolver o nosso trabalho junto das populações mais vulneráveis e marginalizadas que, nos dias de hoje, têm as suas condições de acesso a cuidados de saúde ainda mais agravadas.   

As nossas equipas da “Saúde em Equipa de Rua (SER)”, “Porto Escondido (PE)”, “Centro Fixo de Rastreio (CFR)”, “Programa de Consumo Vigiado (PCV)” e “Equipa Técnica de Rua (ETR)” continuam as suas atividades com os objectivos de distribuir meios de prevenção, testar, referenciar testes reativos para os serviços de saúde competentes, promover a adesão terapêutica e diminuir o estigma e discriminação. 

Queremos contribuir para não deixar ninguém para trás.

Saiba mais e assista ao testemunho de Joana Sanches, enfermeira do Projecto SER da Médicos do Mundo em Barcelos aqui

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