MdM: Que mensagem gostarias de deixar às pessoas que nos apoiam (voluntários e doadores)?
MP: Estamos no caminho certo. Acredito que sempre que acabamos alguma coisa com a sensação de dever cumprido é sinal de que fizemos a nossa parte. E é isso que importa. Fazermos a nossa parte. Não podemos mudar o mundo, mas podemos e devemos fazer a nossa parte. Sempre que vejo que o número de pessoas em situação de sem abrigo em Portugal está a diminuir ou que a taxa de incidência de HIV tem descido, sinto-me parte disto. E não há nada mais gratificante que isso. Estamos todos, voluntários e doadores, a trabalhar para um objectivo comum. E que objectivo! Uma sociedade mais inclusiva, onde todos temos direito a um acesso igualitário e gratuito aos cuidados de saúde. A uma sociedade que luta contra todas as doenças. Sendo a injustiça a mais perigosa delas todas.
MdM: Em suma, o que é para ti a Médicos do Mundo?
MP: A Médicos do Mundo e em particular o projecto Porto Escondido são, para mim, a representação institucional daquilo em que mais acredito. Todos temos direito a uma segunda oportunidade. A nossa vida não tem que ficar decidida com base numa má escolha que tivemos um dia. Aliás, digo mais: Não tenho que saber qual, quando ou o porquê dessa má escolha para ajudar aquele que me procura. Acredito numa sociedade em que partilhamos todos os mesmos direitos. E o acesso aos cuidados de saúde não pode ser negado a ninguém.
