No contexto de intervenção social, “faço questão de que todo o meu trabalho seja voluntário, logo, sem remuneração”. Assim se assume Alexandre Costa, toda uma vida empresário de profissão. Por outro lado, a fotografia sempre foi uma atividade paralela que “para mim, é um elemento de equilíbrio e serenidade. É uma forma de estar com o Mundo, conseguindo estar só”. Na realidade, este voluntário de MdM confidencia que “o que o me levou a trabalhar convosco foi dar utilidade às viagens que gosto de fazer.
Já lá vai muito tempo desde que pensei mudar o mundo; neste momento, tento mudar-me”. Alexandre deu início à sua colaboração com MdM mediante uma exposição levada a cabo nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Alcochete - «3 Povos, 3 Países, 3 Continentes» -, cujo resultado das vendas reverteu inteiramente para a nossa organização. Mais tarde, “as minhas viagens (e respetivas estadias) a Timor-Leste e Guiné-Bissau foram integralmente suportadas por mim. Por cada uma dessas aventuras foi-vos entregue um espólio fotográfico de centenas de fotos”. Observador social por excelência, e não só através da sua objetiva, garante que seria impossível qualquer escritura reproduzir os sentires, emoções, lágrimas, risos, gestos solidários, indiferenças e alheamentos coletivos que pautaram as duas supracitadas missões, em dois continentes diferentes. “Seria um longo e penoso, mas eventualmente profícuo relato”, acrescenta, rematando: “os meus 66 anos transportam muita força e visão optimista da vida, mas também alguns amargos de boca”.