Médicos do Mundo

Ainda no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Saúde Mental, a 10 de Outubro, a equipa do projecto Porto Escondido assinalou a data junto de trabalhadoras sexuais da cidade do Porto.

Para assinalar o dia mundial dedicado à Saúde Mental, a Representação Norte da Médicos do Mundo desenvolveu uma acção de prevenção de patologias associadas à saúde mental junto de trabalhadoras sexuais. Esta população, à semelhança de outras, conta com o suporte da organização no acesso a cuidados gratuitos de saúde, apoio psicossocial, educação para a saúde e rastreios de VIH, hepatites víricas e infecções sexualmente transmissíveis.

Durante o dia 10 de Outubro, a equipa do Porto Escondido contactou com trabalhadoras sexuais e promoveu um jogo de estimulação cognitiva, com o intuito de estimular a memória, a compreensão verbal, a concentração e a atenção. O objectivo foi o de proporcionar um momento de diversão e estimulação cognitiva junto de uma população que deve ter também acesso à saúde. 

 

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Segundo o relatório de avaliação do Plano Nacional de Saúde Mental foram comercializadas, em 2016, 20 milhões de embalagens de psicofármacos, o que revela um aumento progressivo de utentes com problemas de saúde mental, predominantemente perturbações depressivas e de ansiedade.

A falta de uma estratégia e de uma intervenção concertadas conduz ao aumento significativo de perturbações mentais – 22,9% da população portuguesa tem perturbações mentais -, e do consumo de psicofármacos, que apenas promovem a redução de sintomas.

Em Portugal, 64,9% das pessoas com perturbações mentais moderadas e 33,6% das pessoas com perturbações graves não recebe cuidados de saúde mental adequados. Um panorama que torna indispensável a intervenção de organizações como a Médicos do Mundo, que garantem o acesso à informação e à prevenção para reduzir o risco do aparecimento de perturbações mentais. 

A acção desenvolvida pela Médicos do Mundo enquadra-se na sua intervenção de proximidade junto das populações vulneráveis em Portugal, cuja acessibilidade e direito à saúde nem sempre se encontram salvaguardados.

Juntos, lutamos contra todas as doenças, até mesmo a injustiça.