O Dr. Volodymyr conhece cada rua, cada casa, cada porta da sua comunidade. Trabalha aqui há 32 anos, desde que terminou a universidade.

1 de setembro de 2025
 

“Esta é a minha casa. Os meus pacientes estão aqui. A minha família está aqui. Os meus familiares estão sepultados aqui”, diz. Quando se fala dos seus pacientes, sorri com orgulho.
Ao falar deles, surge-lhe no rosto um sorriso caloroso e orgulhoso. Quando lhe perguntam por que é importante ficar, franze ligeiramente o sobrolho, como se a pergunta fosse desnecessária.
“Eles não são ‘pacientes’”, diz. “São os meus vizinhos.”

Vive a apenas um quilómetro da centro de saúde. Isso significa que está sempre perto em caso de emergência — mas também sempre perto do perigo. Todas as terças-feiras, percorre um caminho que outros evitariam, para chegar ao centro de saúde de Ternuvate. Ali, cuida de uma população de quase 3.000 pessoas, incluindo 400 que fugiram das suas casas.

 

Dr. Volodymyr

 

A apenas 25 quilómetros da linha da frente, na região de Zaporizhzhia, a guerra está sempre presente. Sente-se em cada canto: os bombardeamentos, as estradas inseguras, o medo da ocupação. E agora, com o inverno a aproximar-se, junta-se outro inimigo — o frio. As janelas do centro de saúde estão partidas. Sem reparações urgentes, será impossível trabalhar ali quando as temperaturas caírem drasticamente.

“É terrível”, reconhece com calma. Mas não há resignação na sua voz — apenas uma certeza tranquila: ele vai ficar. Porque, em plena guerra, o seu lugar continua a ser ao lado dos seus vizinhos.

“O frio pode ser tão mortal como as feridas”, explica. Ainda assim, não tem intenção de partir. O seu compromisso é tão forte quanto o seu vínculo com a comunidade.

 

A sua história é um testemunho de que, mesmo nas zonas mais afetadas pela guerra, a resiliência de uma pessoa pode sustentar a esperança de milhares.

Com o apoio da ajuda humanitária da União Europeia, esse compromisso pode transformar-se em vida.