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A Médicos do Mundo condena firmemente o ataque ao Hospital Batista Al Ahli e exige a responsabilização dos seus autores. As instalações de saúde nunca devem ser um alvo. 

 

No dia 17 de outubro, um ataque massivo atingiu o Hospital Árabe Al Ahli, um dos principais hospitais da Faixa de Gaza, provocando a morte de centenas de pessoas em situação de maior vulnerabilidade - crianças, doentes e famílias que tinham procurado refúgio. 

Este foi um dos 20 hospitais no norte da Faixa de Gaza que receberam ordens de evacuação dos militares israelitas, impossíveis de cumprir dada a atual situação de insegurança, o estado crítico de muitos doentes e a falta de ambulâncias e de profissionais, assim como de capacidade de camas do sistema de saúde e de abrigos alternativos para os deslocados.

A Médicos do Mundo, enquanto organização internacional focada na saúde, que trabalha em Gaza e na Cisjordânia desde 1994, condena veementemente este ataque indiscriminado a esta importante infraestrutura de saúde. Deve ser efetuada uma investigação justa, imparcial e independente, para identificar os responsáveis por este ataque, que viola o direito internacional humanitário e constitui um crime de guerra. Os autores do ataque devem ser responsabilizados. 

A destruição do hospital Al Ahli reforça a necessidade de um cessar-fogo imediato, o acesso sem entraves da ajuda humanitária a Gaza e a proteção incondicional das infraestruturas e dos profissionais de saúde, bem como da população civil. As infraestruturas e os profissionais de saúde têm sido fortemente visados desde o início da escalada, tendo a Organização Mundial da Saúde (OMS) registado mais de 115 ataques contra a área da saúde em todo o Território Palestiniano Ocupado. O ataque ao hospital Al Ahli é, no entanto, de uma escala sem precedentes.

A Médicos do Mundo apela aos Estados e à comunidade internacional, para que exerçam a máxima pressão sobre as partes envolvidas, com vista ao termo da escalada de violência e da crise humanitária em Gaza. Todas as partes devem respeitar o direito humanitário internacional, proteger o população civil, os profissionais e as infraestruturas de saúde e o acesso humanitário. 

A ajuda essencial, em especial material médico e combustível, deve entrar urgentemente na Faixa de Gaza em quantidade suficiente para permitir que os hospitais, os centros de saúde, as ambulâncias e as farmácias continuem a funcionar, uma vez que estão, neste momento, a ficar sem energia e a sofrer uma escassez de material médico de emergência, colocando em risco a vida de centenas de civis.